Olho a praia. A treva é densa.
Ulula o amor, que não vejo,
Naquela voz sem consolo,
Naquela tristeza imensa
Que há na voz do meu desejo.
Ulula o amor, que não vejo,
Naquela voz sem consolo,
Naquela tristeza imensa
Que há na voz do meu desejo.
E nesse tom sem consolo
Ouço a voz do meu destino:
Má sina que desconheço,
Ouço a voz do meu destino:
Má sina que desconheço,
Vem vindo desde eu menino,
Crece quanto em anos cresço.
-Voz de oceano que não vejo
Da praia do meu desejo...
-Voz de oceano que não vejo
Da praia do meu desejo...
[Manuel Bandeira]
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