quinta-feira, 24 de junho de 2010

Oceano




Olho a praia. A treva é densa.
Ulula o amor, que não vejo,
Naquela voz sem consolo,
Naquela tristeza imensa
Que há na voz do meu desejo.

E nesse tom sem consolo
Ouço a voz do meu destino:
Má sina que desconheço,
Vem vindo desde eu menino,
Crece quanto em anos cresço.

-Voz de oceano que não vejo
Da praia do meu desejo...



[Manuel Bandeira]

Nenhum comentário:

Postar um comentário